MIDAS. Museus e Estudos Interdisciplinares. Núm 2, 2013

Ja podeu consultar el segon número de la nova revista de museologia portuguesa «MIDAS. Museus e Estudos Interdisciplinares» que analitza els museus des del terreny de la recerca i la reflexió interdisciplinària. Publica articles en portuguès i en espanyol i vol fomentar el diàleg entre els països de l’àrea d’influència lusòfona i hispana.

MIDAS. Museus e Estudos Interdisciplinares. Núm 2, 2013

Alice Semedo, Paulo Simões Rodrigues, Pedro Casaleiro e Raquel Henriques da Silva Editorial

Artigos
 

Genoveva Oliveira O museu como um instrumento de reflexão social

Cada vez mais, o museu reafirma-se na contemporaneidade como um museu aberto, de comunicação que atende à função do homem como indivíduo e do homem como um ser social. Os museus revelam o desejo de procurar novos públicos ou procuram realizar a diferença na vida das pessoas. O progresso dos últimos anos tornou possível conhecer as características de diferentes públicos, o que pode facilitar a aprendizagem e o conhecimento de uma variedade de competências cognitivas, como o pensamento divergente, a análise crítica, uma melhor compreensão do passado, a complexidade do mundo e as questões ambientais. Através de diferentes exemplos de projetos em museus, pretendemos neste artigo refletir sobre a problemática social da mediação nos museus.

Celina Bárbaro Pinto Museu, comunidade e património cultural imaterial: um estudo de caso - o Museu da Terra de Miranda

Neste artigo pretende-se abordar especificamente a relação que se pode estabelecer entre o museu e a comunidade através da valorização, tratamento, divulgação, registo e proteção do património cultural imaterial (PCI). Para tal, apresenta-se como estudo de caso duas exposições realizadas pelo Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro) através das quais se pretende destacar conhecimentos e saberes-fazeres subjacentes aos objetos e às coleções, situando simultaneamente os mesmos no seu contexto funcional. Neste âmbito, pretende-se estabelecer uma relação mais estreita entre os aspetos material e imaterial dentro do contexto museológico, evidenciando a importância da presença do campo imaterial na interpretação e compreensão das coleções. Procurar-se-á, através dos exemplos abordados, criar um espaço de reflexão sobre a importância de uma prática museológica de cariz participativo, encabeçado por uma mudança de paradigma, preconizada pela UNESCO através da Convenção da salvaguarda do Património Cultural Imaterial e que se expressa na participação dos atores sociais/protagonistas no tratamento do PCI.

Renata Ribeiro dos Santos Reproductibilidad y educación. El 'Museu de Arte do Espírito Santo'

El estudio del proceso de desarrollo de determinado espacio dedicado a la exhibición nos posibilita entender cuáles fueron los caminos y atajos trillados para la construcción de sus rasgos identitarios. A partir de estos elementos es posible entender y analizar su trabajo actual e buscar posibles y acertadas salidas futuras. En este artículo presentamos el caso de estudio del “Museu de Arte do Espírito Santo” (Vitória, Brasil) donde, estudiando los meandros de su formación y solidificación hasta la actualidad – a través de búsquedas en hemerotecas, archivos y entrevistas –, identificamos factores característicos que permean este proceso: la colección basada en obras realizadas con técnicas de reproducción técnica y la importante presencia de la labor educativa.

Bianca Gonçalves de Souza e Eduardo Ismael Murguia As passagens do sagrado: da mercadoria ao ex-voto no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida/Brasil

O presente artigo reflete sobre os objetos votivos expostos na sala das promessas situada no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, localizado no município de Aparecida (S. Paulo, Brasil). Nesse local, há um espaço para recebimento e exposição dos ex-votos objetos, doados como paga de promessa ou para iniciarem uma relação de fé. O objetivo do artigo é compreender como, desde o ingresso na sala das promessas, o objeto votivo é selecionado e a ele dado novos rumos, no interior do Santuário ou para fora dele. No entanto, uma pequena quantidade permanece no interior da sala das promessas. Esses objetos tornam-se documentos, agentes sociais, pois revelam estabilizações no interior das relações associativas. Com o auxílio de leituras provindas da Ciência da Informação e de outras áreas, e após pesquisa de campo efetuada no local nos últimos três anos, o artigo demonstra como a materialidade da informação é imprescindível para se apreender a relação da sociedade com essa. No contato com o ex-voto, o visitante estabelece inferências, interpretações, que o auxiliam na compreensão do espaço, da fé, da figura de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Horacio Miguel Hernán Zapata, Leonardo C. Simonetta e María Liz Mansilla El Museo Itinerante del Barrio de la Refinería: renovación museológica, memoria popular e identidad vecinal en Rosario (Argentina)

En Argentina, la adopción de las premisas de la “nueva museología” a partir de la década de 1980 indujo a que muchos de los museos existentes en el país generaran nuevas estrategias de organización y gestión y renovaran sus formas de comunicación e interacción con el público, transformándose así en instituciones capaces de traducir la pluralidad de características, asimetrías y fracturas políticas, sociales y culturales de la sociedad. Tales cuestiones están siendo revisadas por nuevas investigaciones que obligan a indagar casos concretos, para luego reposicionar su especificidad dentro de un marco general. El artículo examina la forma en que se tradujeron tales discursos y políticas museológicas en la ciudad de Rosario (Santa Fe) a partir del análisis de las condiciones bajo las cuales el Museo Itinerante del Barrio de la Refinería configura una propuesta específica de exhibición y lectura del patrimonio.

Patricia Roque Martins A inclusão social tem influência nas práticas museais? O acesso dos públicos com deficiência

Ao longo dos últimos dez anos a agenda europeia tem colocado em evidência a inclusão social na campo das suas políticas prioritárias, através de medidas e planos de ações, que têm vindo a contribuir não só para as alterações legislativas mas também ao nível da sensibilização dos vários agentes sociais. Para responder aos desafios impostos na prática da inclusão social, são cada vez mais os museus interessados, ou preocupados, em refletir acerca das suas relações com os públicos, que no panorama museal da atualidade, exigem novas formas de abordagem. Uma delas é, sem dúvida, o conceito de acessibilidades, como resultado do modelo social da deficiência. Consequentemente, algumas questões imperam na aceção desta temática. Que desafios coloca este modelo às práticas museais tradicionalmente estabelecidas? Que transformações se processam no conceito de acesso ao museu? Quais as consequências do impacto europeu na ação dos museus nacionais? São estas questões–chave que se procurará desenvolver ao longo do presente artigo.

Paula André, Luís Louzã Henriques, Luísa Isabel Martinho, Sónia Apolinário e Rui Reis Costa Modos de ver e de dar a ver os Painéis de São Vicente

O artigo Modos de ver e de dar a ver os Painéis de São Vicente centra-se na ideia de que o conhecimento histórico articulado com as novas tecnologias pode ser uma forma de apropriação e de afirmação da pintura e da cultura portuguesa. A análise e a perceção dos contextos que determinaram os sucessivos percursos espaciais dos Painéis dentro e fora do Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa) e das sucessivas variações artísticas, assim como a manipulação virtual da imagem icónica dos Painéis na paisagem portuguesa, ou em realidades virtuais podem revelar a pintura de forma expressiva, pública e à escala global e contribuir para uma apreensão efetiva e afetiva dos fundamentos da cultura portuguesa. O museu como espaço identitário por excelência deve construir ferramentas que potenciem esta apreensão, inovando nos sistemas de divulgação, trabalhando em parceria com os agentes produtores de investigação na área do conhecimento histórico e na área das realidades virtuais, construindo formas instigantes de ver e ler a pintura.

 


 


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